22 de ago. de 2012

2° Encontro de Formação de Educadores Populares - DF Alfabetizado/São Sebastião



Como forma de dar continuidade ao processo de formação voltado para o programa DF Alfabetizado em São Sebastião, cujo primeiro encontro foi no último dia 11 de agosto, a Casa de Paulo Freire realizou o 2° Encontro de Formação na tarde do sábado (18/08), das 14h às 18h, que teve a participação de aproximadamente 45 mulheres.

O encontro atingiu a expectativa dos coordenadores e participantes e, mais uma vez, surpreendeu pela integração, criatividade e contribuições significativas de cada uma das educadoras na realização das atividades em grupo, a partir do tema trabalhado.

Tema
Andragogia x Pedagogia – este foi o tema que norteou as reflexões e os trabalhos realizados em grupo. Para iniciar a abordagem, o professor Elias Silva exibiu o vídeo clip da música Another Brick In The Wall, do grupo Pink Floiyd, que serviu de introdução ao assunto e cujo objetivo era chamar a atenção das participantes para aspectos do modelo tradicional de ensino presentes em algumas partes do vídeo (educação bancária, centralismo e autoridade do professor), e a metodologia utilizada na atual Educação de Jovens, Adultos e Idosos (aluno como centro do processo de ensino e aprendizagem e valorização de seus conhecimentos prévios).  

Logo após, Elias explanou sobre o tema, apresentando a origem e o histórico dos estudos acerca da Andragogia (do grego: andros - adulto e gogos - educar), além de comentar a respeito da relação Professor-Aluno.

Dinâmica


Pouco depois, o grupo participou de uma dinâmica conduzida pela professora Mara. Distribui-se um balão e um palito para cada pessoa. A dinâmica consistia no seguinte: cada uma deveria encher o seu balão e protegê-lo, de modo a evitar que fosse estourado. Após dado o comando para o grupo, imediatamente todos corriam para estourar o balão do (a) outro (a). No final, não sobrou um sequer intacto. Ao final, muitas reflexões foram colocadas na roda.

“Para atingirmos nossos objetivos ou conquistarmos os nossos sonhos, por mais elevados que sejam, não precisamos destruir os sonhos das pessoas” (Vania Fonseca)

“Haverá momentos em que o professor/educador, terá que aprender a separar problemas pessoais dos problemas e desafios que eventualmente encontra em sala de aula”. (Maria Cleane)

Trabalhos em grupo


Em sequência, os facilitadores Francisco Neri e Herlis Silva, distribuíram aos participantes trechos do texto “Andragogia”, da educadora paulistana Amélia Hamze, fazendo um apanhado do que já havia sido explanado. O objetivo era fazer com que os grupos discutissem o tema e apresentassem suas reflexões/conclusões em forma de seminário, teatro ou da forma que achassem mais interessante.

E assim foi. Com muita interação, criatividade e disposição para mostrar o que aprenderam sobre o tema do dia, as participantes lançaram mão de cartazes e do teatro para explorarem as inúmeras situações com as quais o professor/alfabetizador se depara com seus alunos no dia-a-dia da sala de aula, situações estas diretamente relacionadas à construção do currículo em função das necessidades e expectativas imediatas dos educandos. Além disso, trabalharam em cima da relação educador-educando; da independência e autogestão da aprendizagem; das habilidades necessárias ao educador para trabalhar com Jovens, Adultos e Idosos; da capacidade do professor para lidar com diferenças quanto à escolaridade, idade, sexo, cor, religião ou qualquer outro fator; das qualidades fundamentais como paciência, humildade, flexibilidade e predisposição para ouvir e valorizar as experiências de vida e o conhecimento de mundo que os alunos trazem em sua bagagem.

Avaliação


Finda essa parte, cada uma recebeu uma ficha para avaliar o encontro em relação a aspectos como a metodologia utilizada, o tempo destinado para a realização das atividades, além de uma parte voltada para as participantes darem sugestões para os próximos encontros.

Sem dúvida, este foi mais um momento privilegiado de aprendizagens múltiplas, onde fica difícil assinalar quem de fato aprendeu mais: se a coordenação ou as próprias participantes, dada a grande troca de experiências, os relatos comoventes, as histórias coletivas e individuais exploradas com muita propriedade nas breves, porém, significativas representações teatrais, e ainda nos depoimentos feitos durante as apresentações dos trabalhos em grupo.

Cai muito bem neste contexto um certo ensinamento freiriano que diz assim: “A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. (Paulo Freire)

O próximo encontro está marcado para o dia 25 de agosto, às 14 horas no mesmo local. 

Para conferir as fotos do encontro, acesse a nossa comunidade no Facebook (Forum de Entidades Sociais de São Sebastião-DF).                

Por Francisco Neri