Como
forma de dar continuidade ao processo de formação voltado para o programa DF
Alfabetizado em São Sebastião, cujo primeiro encontro foi no último dia 11 de
agosto, a Casa de Paulo Freire realizou o 2° Encontro de Formação na tarde do
sábado (18/08), das 14h às 18h, que teve a participação de aproximadamente 45
mulheres.
O
encontro atingiu a expectativa dos coordenadores e participantes e, mais uma
vez, surpreendeu pela integração, criatividade e contribuições significativas
de cada uma das educadoras na realização das atividades em grupo, a partir do
tema trabalhado.
Tema
Andragogia x Pedagogia –
este foi o tema que norteou as reflexões e os trabalhos realizados em grupo.
Para iniciar a abordagem, o professor Elias Silva exibiu o vídeo clip da música
Another Brick In The Wall, do grupo Pink Floiyd, que
serviu de introdução ao assunto e cujo objetivo era chamar a atenção das
participantes para aspectos do modelo tradicional de ensino presentes em
algumas partes do vídeo (educação bancária, centralismo e autoridade do
professor), e a metodologia utilizada na atual Educação de Jovens, Adultos e
Idosos (aluno como centro do processo de ensino e aprendizagem e valorização de
seus conhecimentos prévios).
Logo
após, Elias explanou sobre o tema, apresentando a origem e o histórico dos
estudos acerca da Andragogia (do grego: andros - adulto e gogos - educar), além de comentar a respeito da relação Professor-Aluno.
Dinâmica
Pouco
depois, o grupo participou de uma dinâmica conduzida pela professora Mara.
Distribui-se um balão e um palito para cada pessoa. A dinâmica consistia no
seguinte: cada uma deveria encher o seu balão e protegê-lo, de modo a evitar
que fosse estourado. Após dado o comando para o grupo, imediatamente todos
corriam para estourar o balão do (a) outro (a). No final, não sobrou um sequer
intacto. Ao final, muitas reflexões foram colocadas na roda.
“Para atingirmos nossos objetivos ou conquistarmos
os nossos sonhos, por mais elevados que sejam, não precisamos destruir os
sonhos das pessoas” (Vania Fonseca)
“Haverá momentos em que o professor/educador,
terá que aprender a separar problemas pessoais dos problemas e desafios que
eventualmente encontra em sala de aula”. (Maria Cleane)
Em
sequência, os facilitadores Francisco Neri e Herlis Silva, distribuíram aos participantes
trechos do texto “Andragogia”, da educadora paulistana Amélia Hamze, fazendo um
apanhado do que já havia sido explanado. O objetivo era fazer com que os grupos
discutissem o tema e apresentassem suas reflexões/conclusões em forma de
seminário, teatro ou da forma que achassem mais interessante.
E
assim foi. Com muita interação, criatividade e disposição para mostrar o que
aprenderam sobre o tema do dia, as participantes lançaram mão de cartazes e do
teatro para explorarem as inúmeras situações com as quais o
professor/alfabetizador se depara com seus alunos no dia-a-dia da sala de aula,
situações estas diretamente relacionadas à construção do currículo em função
das necessidades e expectativas imediatas dos educandos. Além disso,
trabalharam em cima da relação educador-educando; da independência e autogestão
da aprendizagem; das habilidades necessárias ao educador para trabalhar com
Jovens, Adultos e Idosos; da capacidade do
professor para lidar com diferenças quanto à
escolaridade, idade, sexo, cor, religião ou qualquer outro fator; das
qualidades fundamentais como paciência, humildade, flexibilidade e predisposição
para ouvir e valorizar as experiências de vida e o conhecimento de mundo que os
alunos trazem em sua bagagem.
Avaliação
Finda
essa parte, cada uma recebeu uma ficha para avaliar o encontro em relação a
aspectos como a metodologia utilizada, o tempo destinado para a realização das
atividades, além de uma parte voltada para as participantes darem sugestões
para os próximos encontros.
Sem
dúvida, este foi mais um momento privilegiado de aprendizagens múltiplas, onde
fica difícil assinalar quem de fato aprendeu mais: se a coordenação ou as
próprias participantes, dada a grande troca de experiências, os relatos
comoventes, as histórias coletivas e individuais exploradas com muita
propriedade nas breves, porém, significativas representações teatrais, e ainda
nos depoimentos feitos durante as apresentações dos trabalhos em grupo.
Cai
muito bem neste contexto um certo ensinamento freiriano que diz assim: “A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode
dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. (Paulo Freire)
O
próximo encontro está marcado para o dia 25 de agosto, às 14 horas no mesmo
local.
Para conferir as fotos do encontro, acesse a nossa comunidade no Facebook (Forum de Entidades Sociais de São Sebastião-DF).
Para conferir as fotos do encontro, acesse a nossa comunidade no Facebook (Forum de Entidades Sociais de São Sebastião-DF).
Por
Francisco Neri