16 de dez. de 2014

Lazer para Viver



Evento que busca arrecadar brinquedos novos, dar voz aos pedidos da comunidade e chamar a atenção dos nossos representantes para as necessidades da população local.

Quando? Onde? Que horas?

No próximo dia 28, na Quadra Poliesportiva do bairro Bela Vista, a partir das 10h.

A iniciativa tem como objetivo principal a arrecadação de MIL brinquedos novos ou em excelente estado, que serão doados para as crianças do bairro. E se propõe também a chamar a atenção da Administração Regional para as reivindicações dos moradores. Para isso montaremos o "VARAL DAS REIVINDICAÇÕES", onde serão expostos os pedidos da comunidade por melhorias e garantias de direitos. O microfone será aberto ao público para toda forma de expressão que mantenha o respeito. 

O LAZER PRA VIVER vai contar com diversas atrações: Diga How (Rap), Marcius Cabral (Jazz), Jeff Duprado (Mágica), Vôlei Família Supernova (Esporte), (pagode), (sertanejo) e muito mais.

Pintura de rosto, pipoca, algodão doce, refrigerante e muitas brincadeiras garantirão a diversão da criançada.

O evento é fruto de uma parceria entre os grupos: Diga How, Movimento Cultural Supernova e Alpha 1 - mídias associadas.

SERVIÇO
* LAZER PRA VIVER
* Data: 28/12/2014
* Local: Quadra Poliesportiva do bairro Bela Vista – São Sebastião – DF 
* Horário: 10h as 19h
* Entrada: Gratuita
* Classificação Indicativa: Livre

SERVIÇO PARA DOAÇÕES
* Data: Até 28/12/2014
* Telefone: 8195-5875 (Magú)
* Necessidades: Brinquedos (novos ou em bom estado)

4 de nov. de 2014

Um chamado a toda a comunidade de São Sebastião:Caminhada pelo Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O Fórum de Entidades Sociais de São Sebastião e a Rede Intersetorial da cidade promovem, no próximo dia 16 de maio de 2014, A Caminhada Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Participe!!!

24 de fev. de 2014

Sem agência bancária, cidade do Piauí cria banco local e moeda própria

Isolada dos maiores centros comerciais do Piauí, a cidade de São João do Arraial, a 253 km de Teresina, criou um banco local para contornar a falta de serviços bancários. Criado em dezembro de 2007, o "Banco dos Cocais" possibilitou o desenvolvimento econômico da região com a circulação de uma moeda própria, o "cocal".
No Piauí, 68 cidades não contam com nenhum tipo de dependência bancária, segundo dados do Banco Central. Em todo o Brasil, são 233 municípios, sendo que as regiões que mais sofrem com o problema são o Nordeste - 9,1% das cidades - e o Norte (7,6%). Já as cidades que não têm agências, mas podem ter outros serviços, como lotéricas e caixas eletrônicos, chegam a 1,9 mil em todo o país.
Comerciante destaca preferência pelo cocal ao invés do real
Emancipado em 1996 de Matias Olímpio, São João do Arraial não possuía agência bancária, o que obrigava os moradores a se deslocar até Esperantina, Região Norte do estado, a 20 km de distância. "Era difícil para se locomover, pagar uma conta e receber o pagamento. Sempre ficávamos dependendo de ir a outra cidade até mesmo para comprar roupa e alimentação, já que o comércio aqui era escasso", diz a moradora Maria Antônia.
Quando assumiu o cargo em 2005, o ex-prefeito Francisco das Chagas Lima disse que viu a necessidade de aumentar a circulação de dinheiro na cidade. Após consultar os moradores, a prefeitura constatou que a maioria das mercadorias consumidas eram compradas e produzidas fora da região, já que não havia bancos no município.
"Nessa pesquisa nós percebemos também que as pessoas necessitavam de pouco capital e isso não era interessante para os grandes bancos. Criamos primeiramente um Fundo Municipal de Apoio a Economia Solidária para arrecadar 40% da receita monetária, gerando em torno de R$ 20 mil. Em seguida, tomei conhecimento do Banco de Palmas (CE), primeira agência comunitária do país. Levei a ideia à população de São João do Arraial e, em dezembro de 2007, inauguramos o Banco dos Cocais e a moeda local", explicou.
O banco é de responsabilidade da sociedade civil, mas a prefeitura e entidades locais fazem parte do Conselho. Além da distribuição da moeda, a instituição funciona para pagar os servidores da região, arrecadar taxas públicas, como de água e energia, e distribuir benefícios como o Bolsa Família.  "Ele hoje tem reconhecimento do Banco Central, desde que circule o dinheiro somente naquela cidade. As notas distribuídas vão de C$ 0,50 a C$ 20", comentou Lima.
De acordo com a prefeitura, o crescimento da economia do município coincide com a entrada em circulação do Cocal. Somente nos dois primeiros anos de implantação da nova moeda no mercado, o banco comunitário movimentou R$ 3 milhões em cocais, o que representa 25% dos R$ 12 milhões que foram movimentados em todo o município.
O coordenador do Banco Comunitário dos Cocais, Mauro Rodrigues, destaca que, além do aumento na renda da cidade, a implantação da moeda ajudou na geração de trabalho e facilitou a vida dos moradores.
"Hoje percebemos a movimentação de dinheiro na cidade e isso faz diferença para o comércio local, para a população. Outro fator importante é investimento feito pela instituição nos setores produtivos, especialmente com a liberação de microcrédito para a promoção de pequenos negócios", explicou o coordenador.
Mauro Rodrigues lembra que, além de implantar o banco e a nova moeda, a Câmara de Vereadores aprovou na época uma lei estabelecendo que 25% dos servidores públicos do município recebessem seus salários em cocais. A medida foi proposta para evitar que servidores concursados, que vieram de outros municípios, gastassem seus vencimentos fora da cidade. Quem quiser trocar o cocal por real basta direciona-se ao banco.
Segundo o atual prefeito, Adriano Ramos, atualmente 25 mil em cocais circulam em São João do Arraial, o que equivale a mesma quantia em real. Mesmo com instalação de uma Lotérica, de outros correspondentes bancários e surgimentos de pontos comerciais que aceitam cartão de crédito, o cocal continua sendo a moeda mais utilizada na cidade, e todos os estabelecimento o aceitam.
"O Banco de Cocais estimula a economia solidária e segura o dinheiro no município. Por conta dessas e outras vantagens vamos continuar utilizando o cocal, é um benefício que atinge a todos. Além disso, a instituição ajuda a arrecadar dinheiro da receita da prefeitura para o Fundo Municipal de Apoio a Economia Solidária, que é usado como microcrédito", declarou o prefeito.
A comerciante Giseia Maria dos Santos, proprietária de uma padaria local, contou que no início a moeda chegou a ser rejeitada por receio, mas, com o passar do tempo, percebeu a melhoria no comércio. "Muitos desconfiavam da ideia, mas, após insistência e ver que era para o desenvolvimento da cidade, acabaram aceitando. É bom trabalhar com o cocal, saber que isso movimenta a renda local e beneficiou todo mundo, especialmente nós comerciantes", lembrou.
Outro que comemora a circulação da moeda é Jean Santana. Dono de um pequeno armarinho, ele destacou não ter diferença entre real e cocal, e que prefere receber o dinheiro local por questão de segurança. "Como só tem valor aqui em São João do Arraial, o número de assaltos aos estabelecimentos é quase escasso", destacou. 


O crescimento econômico contribuiu também para a abertura de novos pontos comerciais, como a instalação da loja de uma das maiores redes de departamento do Nordeste. O gerente Antônio Carlos conta que o cocal nunca gerou problema nas vendas e que a empresa já sabia do uso da moeda quando decidiu implantar o empreendimento na cidade.

O cocal

A moeda tem o mesmo valor do real, mas com maior poder de compra graças aos descontos oferecidos em todos os estabelecimentos comerciais do município. Se um produto custa R$ 10, pagando com a moeda social, custará C$ 9. O desconto é possível porque, para cada cocal emitido, há um lastro de um real garantido pela organização financeira comunitária.

As cédulas são estampadas com ícones da cultura e economia local, além possuir um selo que dificulta a sua falsificação. De acordo com o coordenador Mauro Rodrigues, o banco tem o custo de R$ 0,15 por moeda fabricada, além de arcar com o transporte desde Fortaleza, onde está a gráfica de confiança do Instituto Palmas, gestor e certificador de bancos comunitários no Brasil, e responsável pela impressão das notas.
"Hoje, para emitir dez mil cédulas, o custo chega a ser de R$ 5 mil. É um recurso bastante caro. Se a moeda fosse fabricada pela Casa da Moeda, nós teríamos redução dos custos, o material seria de maior qualidade. Caso tivéssemos este apoio, teríamos um avanço gigantesco tanto do ponto de vista institucional como financeiro", acrescentou Mauro.

Reunião ordinária - Fevereiro/2014

Reunião Ordinária
do Fórum das Entidades Sociais de São Sebastião

Data: 22/02/2014 (sábado)                             
Horário: 09h00
Local: PROMOVIDA (rua do CAIC nº 270 - Centro).

Pauta:
1.       Apresentação das instituições e das atividades para o ano de 2014.
2.    Implantação do Complexo Cultural de São Sebastião
3.    Proposta de criação de uma GT para reivindicação de creches públicas para a cidade e a revitalização do Parque Ambiental do Bosque.
4.    Informes gerais.

MEMÓRIA

Por Isaac Mendes

1.   Apresentação das instituições e das atividades para o ano de 2014

Dinâmica de apresentação proposta pela Edilene Albuquerque.

2.   Implantação do Complexo Cultural de São Sebastião

Eduardo Luz, representante da Secretaria de habitação, regularização e desenvolvimento humano (SEDHAB), explanou sobre o projeto.
Algumas cidades solicitaram ao governador a criação de um espaço apropriado onde fosse possível desenvolver projetos culturais. Houve duas reuniões em São Sebastião para discutir o projeto previsto para a cidade. Foram reuniões com participação significativa dos segmentos culturais da cidade como Movimento Supernova, Kassay e Metamorfose.
O projeto previsto para São Sebastião é uma réplica do Complexo Cultural de Samambaia. A Resolução 22/2013 de 19 de dezembro garantiu o recurso necessário para construção da obra, estipulado pelo Conselho de Administração do FUNDURB e aprovado em 5,2 milhões.
Qual área? Fatia em frente a administração de São Sebastião
Já foram feitas algumas mudanças no projeto básico. Podem ser feitas outras mudanças? Sim, mas pode demorar quase 2 ano até iniciar a construção. O projeto em discussão já está próximo de virar obra “As autoridades estão comprometidas com isso, e nós continuamos fazendo força pra que isso saia logo.” Eduardo Luz.
O complexo cultural de São Sebastião terá:
·         Tenda coberta para 300 pessoas
·         Camarim com 30 m²
·         Biblioteca com 186m²
·         Sede administrativa
·         Galpão multisuso 220 m²
·         5 salas com 65 m²
·         Sede administrativa
·         Banheiros
·         Vestiários
·         Bar
·         Bilheteria
·         Bicicletário
·         Espaços abertos para desenvolvimentos de atividades ao ar livre.
·         (Cobertura permanente)

Como está esse processo hoje? Encontra-se na Subsecretária de Planejamento da SEDHAB em fase de finalização de estudo de impacto urbanístico. O passo seguinte é o encaminhamento à NOVACAP. Prazo estimado para publicação do edital: 90 dias.
Posicionamento contrário ao projeto Complexo Cultural como está:
Contempla a cultura da cidade? O Complexo Cultural tem que ser um espaço para atender a demanda da cidade e o que vem de fora. Por exemplo, a Orquestra Sinfônica de Brasília. Precisa se pensar no conforto pra essa população. Os camarins e demais espaços não atendem as necessidades. Tem-se que pensar em um espaço onde possa ter estacionamento. Não podemos pensar só no hoje. Mas pensar em projeto que possam atrair e trazer valores positivos pra cidade. Não tem sala de exposição nem de produção. Tem que ter algo decente. Os caminhos para buscar recursos são: 1. Audiência pública. Captarmos mais recursos. É o caminho mais democrático. 2. Orçamento participativo.
Posicionamento a favor do projeto Complexo Cultural como está:
Nossa principal pauta é a construção de um Centro Cultural em São Sebastião. O Complexo Cultural de São Sebastião é o resultado do nosso processo de luta iniciado em 1995. Não podemos iniciar o processo da estaca zero e atrasar ainda mais a construção de um espaço onde possamos trabalhar mais significativamente contra as mazelas sociais que afligem a nossa comunidade. Complexo cultural já!
Deliberação: O projeto Complexo Cultural de São Sebastião pode seguir para a próxima instância sem alterações. Cria-se uma comissão para acompanhamento do processo e reivindicações de aparelhos culturais mais sofisticados.

3.   Proposta de criação de uma GT para reivindicação de creches públicas para a cidade e a revitalização do Parque Ambiental do Bosque

Creche
Creche há 20 anos é prioridade.
O GT responsável por essa demanda deve correr atrás das questões orçamentárias. Existe um orçamento para a construção de 6 mil creches, mas só estão sendo feitas 3 mil. O programa de creche continua com governo Dilma e Agnelo. Mas não sabemos o que acontecerá caso haja uma mudança de governo. Não podemos parar a luta. Levar essa discussão para rede.
Meio ambiente
Articulação para fortalecer a revitalização do Parque Ambiental do Bosque.
Criamos um GT que tem como objetivo pautar o Governo para a revitalização do Parque e buscar os principais atores. Fazem parte desse GT: Priscilla Sena, Nanda Pimenta, Tanity e Vitor. Entrar em contato com Legião do Cerrado, ECOLIMP e Conam.

4.   Informes gerais

·         Vagas para empacotador, de 15 as 23 horas, 700 reais, entrar em contato com o Beto.
·         O centro de juventude da Estrutural será gerido pela SEDEST. O público alvos são jovens, que serão preparados para assumir o mundo do trabalho e receberão uma bolsa. Houve problema de perda de prazo. Teremos problemas similares.
·         Metamorfose com matrículas abertas a partir do dia 1° de março. O aluno só vai pagar a tela que usar. Anexar folder à ata. Compartilhar no facebook.
·         O GT da df 463 trabalhou forte. Saiu o edital da publicação.
·         Casa de Paulo Freire matrículas abertas.
·         Existem as salas de altas habilidades. Divulgar essa informação.

Maiores informações acessem:


24 de jan. de 2014

Aula inspiradora

A piauiense Margarida no local onde mora e dá as aulas: "O Sol Nascente não é só lugar de bandido, não. Já pegamos crianças que não existiam para a sociedade, que eram marginalizadas, e mostramos que eram capazes"
A menina que atravessava um rio no município piauiense São Julião do Piauí para chegar à escola, há quase 30 anos, hoje dissemina conhecimento em uma das comunidades mais carentes do Distrito Federal. É no Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, que Margarida Minervina da Silva, 41 anos, acolhe cerca de 100 crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos. Sob a supervisão de pedagogos, dá aulas de reforço para o grupo usando o método Paulo Freire (Para saber mais) na própria casa. Outras centenas de jovens fizeram parte da luta diária da nordestina, que teve início há oito anos. 


Esses meninos e meninas vinham de resultados insatisfatórios no colégio, mas começaram a apresentar bons rendimentos escolares. As notas deixaram de ser canetadas em vermelho, assim como o comportamento deles — dentro e fora das salas de aula. Alguns chegaram a ser alfabetizados com um “empurrãozinho” de Margarida. A piauiense não tem formação superior, mas fez o magistério, antiga formação para professores. O projeto é apenas um da série de atividades da Associação Despertar, entidade sem fins lucrativos que sobrevive praticamente de doações. 


É em uma casa emprestada — a mesma onde Margarida mora há cinco anos —, na Chácara 5 do Condomínio Gêneses. Lá, três vezes por semana, alunos de instituições públicas de ensino da vizinhança ocupam as cadeiras no quintal do imóvel simples após as aulas no colégio. Aliás, nem mesmo a má condição de parte das carteiras doadas à associação é obstáculo para a criançada seguir em frente. Faltar, de jeito nenhum. A regra é ter disciplina máxima, e ai de quem desrespeitar a norma do local. “Eu sou perfeccionista e exigente. Ou aprende ou aprende”, brinca Margarida. A rigidez da voluntária poderia ser motivo de distanciamento entre ela e os estudantes, mas não. “O que eu mais gosto daqui é da Margarida, porque ela me ensina”, assume o Geovani dos Santos Rocha, 9 anos. Além de usar a casa como palco das aulas, ela e os demais voluntários tiram as dúvidas dos alunos matriculados no projeto, à noite, na Escola Classe 66 de Ceilândia.

Voluntários do projeto usam o método Paulo Freire para ajudar as crianças da comunidade

Quem vê o espaço cercado de estudantes empenhados em tirar dúvidas de matemática, português, geografia e tantas outras disciplinas, não tem ideia de como Margarida foi capaz de mover montanhas e mudar o destino desses meninos. “O Sol Nascente não é só lugar de bandido, não. Já pegamos crianças que não existiam para a sociedade, que eram marginalizadas, e mostramos que eram capazes. A partir disso, elas deslancharam para os estudos”, desabafa Margarida. “Alguns professores das crianças falavam que não sabiam qual o remédio que nós tínhamos dado porque elas se transformaram. Eu digo com precisão: eles chegam aqui e eu e os demais monitores falamos que queremos ajudá-los, que eles vão aprender e vamos aprender com eles. Os meninos, então, afloram tudo o que têm dentro deles. Percebem que temos muito amor para passar para frente. Se recebê-los com amor, eles aprendem qualquer coisa”, completou.


Português
 Geovani é exemplo de esforço. Há um ano e meio, o estudante da 4ª série da Escola Classe 66 de Ceilândia vivia um dilema com o português. Não era amigo dos livros. Hoje, desenvolveu o gosto pela leitura. “Agora, eu adoro escrever histórias. Já fiz um texto sobre os Três Porquinhos. Estou tirando 10 em português”, orgulha-se. Três vezes por semana, dias em que frequenta a entidade, Geovani permanece cercado por livros. É na casa de Margarida que ele e os demais respiram histórias reais e de ficção. Para incentivar os jovens, a piauiense espalha milhares obras pelos quatro cantos do imóvel.  



Os alunos não deixam de elogiar a dedicação e a exigência da professora Margarida
Diferentemente de Geovani, lidar com as letras nunca foi difícil para Jonata Carvalho do Nascimento, 12. “Vim pra cá sem entender muito de matemática. Era difícil, mas agora aprendi a fazer várias contas”, lembra. Além de serem acompanhados por pedagogos, os meninos são guiados por monitores, a exemplo de Ana Paula da Silva Vieira, 14. Ela não larga a entidade há seis anos, quando precisou de uma mãozinha para melhorar as notas. Há dois anos, ajuda a tirar as dúvidas dos alunos. “Muita coisa mudou na minha vida, desde então. Eu gostava de aprender, mas hoje percebo que ensinar também é muito bom”, observa a discípula de Margarida.


Aos 8 anos, Ana Paula conheceu o projeto de Margarida. Foi graças à nordestina que a adolescente começou a tocar as primeiras notas de música no violão. As aulas eram ministradas por um voluntário que hoje não faz mais parte do quadro de professores. À época, a associação ficava instalada no salão de beleza do pai dela. O espaço havia sido cedido por ele. Além de aprender a usar o instrumento, a menina descobriu que o português não é um bicho de sete cabeças. “A matéria complicava a minha cabeça até que a Margarida me deu a primeira aula. E devo muito a ela por eu ter melhorado”, relembra. 


Para saber mais


Método inovador
Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensinou a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Formado em direito, foi contratado para dirigir, em 1947, o Departamento de Educação e cultura do Sesi, onde entrou em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958, participou de um congresso educacional no Rio de Janeiro, onde apresentou suas ideias sobre educação e princípios de alfabetização. Para ele, a sala de aula deveria estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador para que ele pudesse inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, desenvolveu um método inovador de alfabetização. No começo de 1964, foi convidado pelo presidente, à época, João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe de 1964, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem pelos militares. Foi detido e exilou-se no Chile e na Suíça. Sua principal obra, Pedagogia do oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2 de maio de 1997. 



DOAÇÕES 
A Associação Despertar precisa de doações. Tudo é bem-vindo: livros didáticos e de literatura, material escolar e de higiene, mesa, cadeira, roupas, calçados. Para ajudar, basta ligar para um desses telefones: 3461-5611 / 8109-4973 / 8539-6137 / 8585-9130 ou fazer a entrega no seguinte endereço: Chácara 5, Conjunto F, Lote 11, Condomínio Gêneses, Sol Nascente, em Ceilândia. 


FONTE: Correio Braziliense em 24/01/2014