29 de jun. de 2010

Suspeita de desvio de recursos públicos na 17ª FASS

Shows são cancelados na festa de aniversário de São Sebastião


Priscila Mendes


As cifras na planilha de gastos para a festa dos 17 anos de São Sebastião — marcada para este fim de semana no Parque de Exposições Agropecuárias — chamam a atenção. Denúncia feita por artistas e produtores locais mostra indícios de que valores orçados dos cachês de cantores e bandas estejam superestimados. Na Nota de Empenho — documento no qual as despesas são contabilizadas — o valor total chega a R$ 235 mil, destinados à JBR Produções e Eventos LTDA-ME.
Devido às denúncias, a Administração Regional de São Sebastião cancelou mais de 10 shows, assim como as Notas de Empenho. Ao longo da semana, uma auditoria será realizada com a Corregedoria-Geral do DF para apurar se houve irregularidades. “Inicialmente, tivemos um problema administrativo. Em vez de saírem impressos R$ 10 mil para a Banda Satisfaction, saíram R$ 20 mil na Nota de Empenho. Mas, para não prejudicar a população nem o pessoal das barracas, contratamos duas bandas locais para a festa, que ocorre hoje normalmente. Vale lembrar que os cachês anteriores foram cancelados”, explica o administrador Alan Valim. A comemoração, sem muito brilho, deve começar às 20h.
Produtores musicais ouvidos pelo Correio avaliam que os valores estão acima do mercado. “Em geral, um artista local ganha, no máximo, R$ 7 mil, não R$ 20 mil”, aponta o produtor Gilberto de Sousa, dono da Projettus Produções e Serviços.
Na programação inicial da festa, os únicos representantes da cidade eram as bandas Balança Brasil e Forró Boys que cobraram, respectivamente, R$ 25 mil e R$ 35 mil, segundo a Nota de Empenho cancelada. Sardinha Pasladim, produtor da banda Forró Boys — que iria se apresentar hoje à noite — confirma que o cachê é mesmo de R$ 35 mil. “Fazemos shows pelo Brasil e a nossa estrutura, que conta com ônibus, telões, músicos, justifica o nosso preço.” Apenas o produtor e um cantor da banda são de São Sebastião.
A contratação de bandas da cidade, no entanto, é uma raridade, afirma Gilberto de Sousa. O produtor chegou a protocolar dois documentos na Secretaria de Cultura do DF para oficializar o interesse de artistas locais em participar da festa. Porém, não teve resposta, segundo ele. “A maioria das bandas é de fora. Por que nós, artistas e moradores de São Sebastião, não podemos tocar?”, indigna-se.
O administrador Alan Valim explica que isso ocorre porque os artistas não cumprem as exigências da Lei nº 8.666/93, de licitações. “Para participar tem que comprovar notas fiscais dos shows realizados e mostrar aceitação pela opinião pública. É difícil também colocar 120 bandas locais em três dias de festa.”

Fonte: Correio Braziliense. 27/06/2010. Disponível em http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/27/cidades,i=199632/SHOWS+SAO+CANCELADOS+NA+FESTA+DE+ANIVERSARIO+DE+SAO+SEBASTIAO.shtml

22 de jun. de 2010

Festa junina em prol da Brinquedoteca

Atenção Cumpadis, Cumadis e mininada:

Pode tirá do baú as ropa de Festa,
que o dia ta chegando!
Vai sê dia 26, às 20h00, aqui no
Arraia da Santa Terra

Vai tê cantoria, dança de quadria marcada pelo Cumpadre Paolo, pescaria prus minino e aquele tantão de coisa boa pra cume e bebê.

Vai tê quentão, vaca atolada do Leo, pastel di tudo inquanto é tipo, cardo de galinha, mio cozido, sarsicha, pipoca e uma mesa cheinha de doce. Mais o mió mesmo vai sê a prosa qui nois vai prosiá, matano a sodade uns dos outro.

Acho bão anotá procês num esquecê:
Dia: 26.06.2010 (sábado)
Horário: a partir das 20h00
Local: Chácara Santa Terra – Valparaiso/GO
Vestimenta: di festa junina

Adjutório: R$ 20,00 e levá a bebida que quisé. O dinheiro será dado prá Brinquedoteca Comunitária de São Sebastião (http://www.ludocriarte.org/)... Olha só que coisa boa, além de cumê e dançá vamo podê ajudá as crianças da Brinquedoteca!

Vem pra cá qui nois ta isperano ocêis, numa alegria sem tamanho.
Inté, cumade Aninha e os minino da Brinquedoteca São Sebastião


COMO CHEGAR NA CHÁCARA SANTA TERRA:

- Seguir a direção Brasília-Luziânia;
- Após avistar à esquerda a Fábrica de Adubos Moema, seguir em frente, passar debaixo do viaduto e entrar à direita no viaduto (fazer a tesoura) para retornar em direção a Brasília,
- Virar na primeira entrada à direita, depois da fábrica de Adubos Moema (seta indicando Porto Seco);
- Seguir em frete até o balão, contornar metade do balão e entrar à direita, em direção aos trilhos do trem de ferro;
- Passar sobre os trilhos (à direta há eucaliptos) e seguir na mesma pista até a rua Amapá (à esquerda);
- Entrar na rua Amapá e seguir até a 5ª chácara à esquerda.

11 de jun. de 2010

7 de jun. de 2010

Ato público pela Vila Olímpica de São Sebastião

O Fórum de Entidades Sociais de São Sebastião convida a comunidade a participar do ato público pela abertura imediata e gestão democrática da Vila Olímpica de nossa cidade.

10 de junho

Quinta-feira

A partir de 10h

Em frente à Vila Olímpica de São Sebastião

Compareça! Sua presença é fundamental!

Informações com a Coordenação do Fórum: Francisco Rodrigues (Beto), 8433-5433 ou 8423-2377 / Paolo, 9635-5566

Fórum no Correio!

Moradores de São Sebastião se mobilizam contra a violência

Comunidade se une para pedir a inclusão da cidade no Programa Nacional de Segurança com Cidadania, o Pronasci. Medida pode ajudar a reduzir a criminalidade que assola a região

Helena Mader

São Sebastião é uma das cidades mais jovens do Distrito Federal. Cerca de 80% dos moradores têm menos de 30 anos. Essa realidade pode ser vista nas esquinas da região: adolescentes vestidos com bermudões e chinelos trocam a escola pelas ruas, onde se transformam em presas fáceis para o tráfico e para gangues juvenis. Com isso, a violência em São Sebastião não para de crescer. Só no ano passado, foram 30 assassinatos e 70 tentativas de homicídio na região. A falta de opções de lazer e de educação para crianças e jovens torna a solução desse problema ainda mais difícil.

Mas alguns moradores da cidade decidiram reagir contra essa realidade. Organizada, a comunidade começou a discutir saídas para a violência. Em um desses encontros, surgiu a ideia de incluir São Sebastião no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, conhecido como PAC da Segurança, do governo federal. No DF, apenas Itapoã faz parte do programa, que destina recursos para a prevenção da criminalidade, inclusão social e policiamento comunitário. Com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal, que ajudou as lideranças comunitárias a preparar o projeto, a comunidade se mobilizou para que a cidade seja incluída na lista dos 150 municípios brasileiros beneficiados pelo Pronasci. A lista de apoiadores da iniciativa já soma 24 entidades públicas e 30 do setor privado.

O promotor de Justiça Antônio Suxberger, que atua em São Sebastião, participou das reuniões com os moradores e resolveu apoiar a iniciativa da população. Ele conta que esta é a primeira vez, desde a criação do programa nacional, que a própria comunidade se organiza para pedir a participação no Pronasci. “Na maioria das vezes, a iniciativa é implantada de cima para baixo, ou seja, o governo escolhe um município e, depois, vai buscar o apoio da comunidade. Aqui é diferente, todos estão organizados e mobilizados para conseguir a inclusão no Pronasci”, explica o promotor.

Suxberger analisou os cerca de 90 projetos vinculados ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania e constatou que pelo menos metade deles poderiam ser implantados em São Sebastião, como a modernização de pontos de cultura, a promoção da reintregração de jovens egressos do sistema prisional, a construção de equipamentos públicos para a prática de esportes e a estruturação dos conselhos comunitários de segurança. “Um dos principais focos do Pronasci é trabalhar com a população na faixa etária entre 18 e 24 anos, que representa justamente a maioria dos moradores de São Sebastião. O programa também privilegia a inclusão social e estamos falando de uma das cidades mais pobres do Distrito Federal”, justifica o promotor.

Antônio Suxberger já entregou à Secretaria de Segurança Pública um ofício com dados que justificariam a inclusão da região no programa do governo federal. O GDF, em seguida, vai oficializar o pedido ao Ministério da Justiça, responsável pela gestão e implantação de todas as ações ligadas ao Pronasci. O ministério vai analisar e, caso o pedido seja aprovado, os recursos para os primeiros projetos devem ser liberados ainda este ano.

A dona de casa Terezinha Rodrigues Soares, 60 anos, defende qualquer iniciativa que possa reduzir a violência em São Sebastião, onde ela vive há mais de dez anos com o marido e três dos sete filhos. Moradora do Setor Residencial Oeste, ela já está acostumada a conviver com a criminalidade. “Na semana passada, acordei às 3h com gritos. Um rapaz estava sendo espancado em frente à minha casa”, relembra. “Essas gangues são terríveis, a juventude está perdida. Qualquer ajuda para resolver esse problema é bem-vinda”, acrescenta Terezinha.

Um dos principais líderes do movimento para incluir a região no Pronasci é Francisco Rodrigues Corrêa, presidente do Fórum das Entidades Sociais de São Sebastião [grifos nossos]. Ele conta que a falta de políticas públicas, principalmente para os jovens, é a causa da criminalidade em alta na cidade. “O que nós precisamos é de mais arte, cultura, lazer e educação, de investimentos em oportunidades e prevenção da violência. E estamos lutando pelo Pronasci justamente porque o programa tem todas essas características”, afirma Francisco. “A cidade cresceu demais, mas não tivemos investimentos na mesma proporção em escolas, postos de saúde e de segurança”, finaliza o líder comunitário.

As palavras de Francisco Corrêa podem ser confirmadas pelas estatísticas. Em 1996, São Sebastião tinha menos de 40 mil habitantes. Hoje, apenas quatorze anos depois, tem o triplo de moradores: 120 mil pessoas. A expansão urbana não foi acompanhada pelo crescimento da infraestrutura e dos equipamentos públicos. A quantidade de servidores é insuficiente. A região é monitorada por 140 policiais militares, quando o necessário seria um efetivo de 300 homens. Além disso, os PMs têm que dividir a atenção entre São Sebastião e os condomínios do Jardim Botânico, que também fazem parte da área da 17ª Companhia de Polícia Militar Independente.

Mãe de duas meninas, uma de 15 anos e outra de oito meses, Maria Aparecida Pereira, 32 anos, teme a violência de São Sebastião. Moradora da região há 20 anos, ela conta que a situação se agravou muito nos últimos anos. “As coisas não eram assim por aqui. Agora, está perigoso sair na rua. Sem atividade, as crianças e os adolescentes ficam andando pela rua e acabam fazendo besteira. O governo tem que mudar isso”, diz Maria Aparecida.

Os números

120
Mil moradores

80%
da população com idade inferior a 30 anos

30
ocorrências de homicídios no ano passado

1.625
População com idade inferior a 30 anos

Itapoã ainda não vê resultados

Única cidade a receber investimentos do Pronasci no Distrito Federal, Itapoã ainda não teve reduções significativas nas ocorrências policiais. A população elogia algumas iniciativas do programa, como a instalação de câmeras de vigilância, mas conta que o projeto ainda não foi suficiente par a diminuir casos de assaltos e mortes.

No ano passado, a Polícia Civil registrou 22 homicídios na cidade, número 37% superior ao de 2008, quando 16 moradores do Itapoã foram assassinados nas ruas do bairro. Somando-se os casos de homicídio, tentativa de homicídio e lesões corporais — os chamados crimes contra a pessoa — foram 222 ocorrências, quase 30% a mais do que no ano anterior. As prisões por tráfico de drogas, uso e porte de entorpecentes e porte de arma também aumentaram. Já os casos de crimes contra o patrimônio, como furtos, roubo a bancos, residências ou postos de gasolina, tiveram uma redução de 10% entre 2008 e 2009. O Correio procurou o Ministério da Justiça para comentar os resultados do Pronasci no Distrito Federal, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

O programa foi implantado no Itapoã em 2008, quando o então governador José Roberto Arruda e o então ministro da Justiça Tarso Genro assinaram um acordo prevendo investimentos de R$ 43,8 milhões na região. O Itapoã faz parte de um projeto chamado Território da Paz e tem 28 ações do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Entre os benefícios estão a compra de 100 armas não letais, ao custo de R$ 3,2 mil cada uma, e a instalação de 25 câmaras, o que exigiu um investimento de R$ 990 mil.

O presidente da Associação Comercial do Itapoã, Mário Pereira da Costa, diz que a violência ainda é uma das maiores preocupações da comunidade do bairro. Mas para ele, os investimentos do Pronasci são positivos. “Acho que o programa ajudou a diminuir um pouco a criminalidade, principalmente por causa das câmeras de vigilância”, conta Mário. Além do Itapoã, Arapoanga e Estrutural também já foram selecionadas para participar do Pronasci, mas ainda não receberam recursos ou projetos até agora.

Para saber mais

O que é o Pronasci

O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) foi criado em 2007 e logo recebeu o apelido de PAC da Segurança. O foco da iniciativa é investir em prevenção, sem reduzir os recursos aplicados na repressão da criminalidade. Um dos principais eixos do Pronasci é a valorização dos profissionais que atuam na segurança pública, com a oferta de cursos de capacitação e combate à corrupção policial. Para conseguir atingir as metas, o programa aposta nas parcerias com a comunidade para prevenir a violência.

Até 2012, o governo federal pretende investir R$ 6,7 bilhões para implementar os projetos do Pronasci. O público alvo do programa são os jovens com idade entre 15 e 24 anos, que estão ou já estiveram em conflito com a lei e egressos do sistema prisional. Hoje, o Pronasci já está em 150 municípios de 22 estados do Brasil, além do Distrito Federal.

Ajuda possível

Alguns dos principais projetos do Pronasci e que poderão ser implantados em São Sebastião:*

Bolsa Formação

Policiais civis e militares, bombeiros, peritos e agentes penitenciários de baixa renda terão acesso a uma bolsa de até R$ 400.

Formação Policial

A qualificação inclui cursos de capacitação para uso de tecnologias não letais; técnicas de investigação; sistema de comando de incidentes; perícia balística; DNA forense; medicina legal; direitos humanos, entre outros.

Mulheres da Paz

O projeto capacita mulheres líderes das comunidades em temas como ética, direitos humanos e cidadania, para agirem como multiplicadoras do programa.

Sistema Prisional

A meta é a criação de mais de 40 mil vagas no sistema penitenciário do país. De acordo com os objetivos do Pronasci, os jovens entre 18 e 24 anos terão unidades prisionais diferenciadas. O objetivo do governo federal é separá-los por faixa etária e natureza do delito e impedir aqueles que cometeram pequenas infrações de se contaminarem pela influência dos líderes do crime organizado.

* Fonte: Ministério da Justiça

Matéria extraída do jornal Correio Braziliense, de 6 de junho de 2010. Disponível em http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/06/cidades,i=196277/MORADORES+DE+SAO+SEBASTIAO+SE+MOBILIZAM+CONTRA+A+VIOLENCIA.shtml

1ª reunião conjunta do Fórum de Entidades Sociais e da Rede Intersetorial de São Sebastião

CONSIDERAÇÕES

1 - É função de a sociedade defender os seus interesses sociais e individuais indisponíveis, bem como mobilizar e organizar-se para o efetivo respeito aos direitos assegurados nas constituições e nas leis.
2 –A execução das políticas públicas se dá por meio de programas de governo, os quais precisam ser previstos em lei, no Plano Plurianual e nas demais leis orçamentárias, onde serão estabelecidos os objetivos e a finalidade/meta a ser alcançada;
3 – O art. 227 da Constituição Federal de 1988 estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
4 –Os termos do art. 204, inciso I c/c art. 227, § 7º da Constituição Federal de 1988, compete ao Distrito Federal a coordenação e a execução de programas nas áreas da assistência social e também da infância e juventude, sendo a regionalização do atendimento uma das diretrizes da política para o setor estabelecida pela Lei nº 8.069/90, em seu art. 88;
5 – O art. 4º, “caput” e parágrafo único, letras “c” e “d”, da Lei N.º 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) traduziu essa prioridade na preferência da formulação e execução das políticas sociais públicas, bem como na destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e juventude;
6 – As políticas públicas destinadas ao atendimento de crianças e adolescentes somente serão efetivadas com a execução, de forma prioritária e privilegiada, dos recursos oriundos dos vários setores do poder público do Distrito Federal, consoante evidenciam, paralelamente ao já citado art. 4º, parágrafo único, letras “c” e “d”, da Lei N.º 8.069/90, também os arts. 90, § 2º, e 100, parágrafo único, inciso III, do mesmo Diploma Legal;
7 – As normas de proteção à criança e ao adolescente estabelecidas na Lei N.º 8.069/90 não são efetivamente cumpridas diante da quase inexistência de programas e serviços públicos voltados para atender toda a demanda, considerando, inclusive, o contingenciamento de recursos;
8 – Muitos problemas que atingem a população infanto-juvenil decorrem da falta de estrutura de atendimento, proteção e prevenção, obrigando os órgãos do sistema de garantia de direitos a adotarem soluções meramente pontuais, paliativas e pouco eficazes;
9 – A falta ou insuficiência das citadas políticas e programas de atendimento expõe a criança e o adolescente a situações de risco, ensejando a responsabilização judicial ante a oferta irregular desses serviços públicos, nos termos do art. 208 da Lei 8.069/90;
10 – O dever de assegurar com absoluta prioridade recursos para a implementação das políticas de proteção à infância e juventude é imperativo constitucional para as ações da Administração Pública, para as quais se impõe integral vinculação a normas e princípios, como estabelecidos nos já citados artigos 4º, caput e parágrafo único; 90, § 2º; e 100, parágrafo único e inciso III, da Lei nº 8.069/90, constituindo o seu descumprimento ato de improbidade administrativa, consoante artigo 11 da Lei nº 8.429/92, por violação ao princípio da legalidade.

RECOMENDAÇÕES

Ao Ministério Público

I – Acompanhar atentamente o processo de elaboração e votação das leis orçamentárias, oficiando ou eventualmente recomendando ao Executivo e Legislativo do Distrito Federal, para que os recursos necessários à implementação de programas e serviços sejam contemplados, e que as metas voltadas às políticas básicas e de atenção especial principalmente à criança, ao adolescente e ao jovem da cidade de São Sebastião sejam ampliadas no orçamento distrital do exercício de 2011;
II – Oficiar ao Conselho Distrital de Direitos, tendo em vista ser de sua competência formular, propor e acompanhar a execução de políticas de atendimento da criança e do adolescente, instando-o a participar ativamente do processo de elaboração das leis orçamentárias e acompanhamento da execução do orçamento aprovado, assim como ao Conselho Tutelar, uma vez que cabe a este assessorar o Executivo regional e distrital na elaboração da proposta orçamentária (inciso IX do art. 136 da Lei N.º 8.069/90);
III – Zelar pela divulgação, inclusive nos meios de comunicação locais, das datas em que serão realizadas as audiências públicas previstas pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e Lei N.º 10.257/2001 (Estatuto das Cidades), como parte do processo de discussão e elaboração das leis orçamentárias, suscitando a participação popular, assim como das entidades representativas da sociedade, por ocasião de tais eventos, com a apresentação formal de propostas destinadas à melhoria das condições de atendimento à população infanto-juvenil.

Ao GDF, à RA XIV e à CLDF

a) Implantação de programa de prevenção e atendimento, principalmente de crianças e adolescentes, usuários de substâncias psicoativas, implantando os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Infanto-Juvenil (CAPSi), garantindo a presença de pelo menos um para cada 100 mil habitantes, bem como capacitação de todos os servidores lotados em cada um dos serviços que compõem a rede de atenção à saúde mental, inclusive do Programa Saúde da Família (PSF);
b) Construção, reforma e ampliação de Unidades de Educação Infantil; construção (0 a 5 anos); aumento da meta do atendimento na educação infantil da rede conveniada (Creche e Pré–Escola), a fim de ampliar o atendimento para a demanda reprimida da cidade; e ampliação do escolar em tempo integral;
c) Criação de Programa de Combate e Prevenção ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Violência Sexual contra Criança e Adolescente, com ações extensivas das Secretarias responsáveis pelas áreas de Assistência Social, Saúde, Educação, Segurança Pública e Justiça, conforme implementação do Plano Distrital;
d) Extensão do Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) para a cidade, com as ações previstas nas Secretarias responsáveis pelas áreas de Assistência Social, Saúde, Educação, Segurança Pública e Justiça, conforme implementação do Plano Distrital;
e) Implementação e fortalecimento de programas de orientação, apoio e convivência familiar, com ações previstas nas Secretarias responsáveis pelas áreas de Assistência Social, Saúde, Educação, Segurança Pública e Justiça, garantindo a implementação do Plano Distrital;
f) Realização de programas de aprendizagem e encaminhamento profissional;
g) Previsão de ações conjuntas das Divisões Regionais de Cultura, Desporto, Lazer e Desenvolvimento Social para criação e manutenção dos espaços destinados às atividades artístico-cultural, desporto, lazer e de convivência para crianças, adolescentes e jovens; promoção da integração entre os programas e projetos socioculturais e desportivos do sociedade civil e públicas, visando o desenvolvimento comunitário das crianças e adolescentes, e respectivas famílias.


Quarta-feira, 2 de junho de 2010, São Sebastião/DF